Pular para o conteúdo principal

Lembrar ou não lembrar, eis a questão

Um exercícios muito interessante. Esperimente fazer!
ue faz com que a gente lembre de certas coisas, mas não de outras? Ou, mudando um pouquinho a pergunta, por que é mais fácil lembrar de certas coisas do que de outras? Um experimento rápido pode ajudá-lo a encontrar uma resposta sozinho. Você vai precisar apenas de papel e lápis.Pegou? Então vamos lá. Você vai encontrar três listas de 20 palavras. Leia a primeira, depois feche os olhos e conte até 10, então anote todas as palavras que você lembrar.
Lista #1
cabelo
carro
chinelo
chave
grampeador
estante
bicicleta
ônibus
pente
cotonete

carta
lâmpada
caderno
vestido
casa
telefone
cachorro
computador
milho
Feche os olhos, conte até 10 e anote todas as palavras que você lembrar.
Pronto? Vamos agora à segunda lista:
Lista #2
alegria
esperança
tédio
esforço
destino
liberdade
glória
raiva
idéia
interesse
honra
crença
sorte
conceito
verdade
teoria
moral
ânimo
piedade
sabedoria
Você já sabe o que fazer: feche os olhos, conte até 10 e então anote todas as palavras que conseguir lembrar.
Agora, à última lista:
Lista #3
rorca
rochorca
obecla
vache
noliche
tenetoco
sonube
atibicecil
prodatumoc
tenates
traca
ep
drecona
tidesvo
padalam
holim
rorampegoda
tenep
felonete
acas
Você já sabe o que fazer... quando terminar de anotar as palavras que lembrar desta lista (aposto que serão bem poucas!), compare suas respostas às 3 listas e leia adiante.
De quantas palavras de cada lista você se lembrou? Provavelmente umas sete, talvez até nove, da primeira lista, um pouco menos da segunda, e no máximo duas da terceira lista. Sete, mais ou menos duas "coisas", é o limite médio da memória de trabalho, aquela que usamos para manter ativas as representações mentais do que não está mais ao alcance dos sentidos. Nela guardamos cerca de sete palavras, sete cores, idéias, números, formas etc.
Por que você lembrou de mais palavras da primeira lista? Provavelmente, porque ela continha apenas palavras concretas, que simbolizam objetos que fazem parte de nosso dia-a-dia. Já da terceira, que trazia os mesmos grupos de letras, apenas com as letras embaralhadas (você notou?), é bem mais difícil lembrar das palavras: como elas não fazem sentido, é preciso lembrar de cada letra indivualmente - e nisso a capacidade da memória de trabalho fica rapidamente lotada. Resultado: dificilmente você lembra de mais do que uma "palavra". Por isso é mais fácil lembrar daquilo que faz sentido, pois você se lembra da palavra inteira, e não "gasta memória" com cada letra individual. E a segunda lista? São palavras que você também conhece, mas são abstratas, ou seja, simbolizam conceitos que não podem ser visualizados mentalmente como os objetos da primeira lista. Sem imagens mentais a associar a cada palavra, é mais difícil evocá-las depois.
De quais palavras é mais fácil lembrar? Você provavelmente lembrou das palavras "cabelo" e "milho" na primeira lista, "alegria" e "sabedoria" na segunda, e tem uma chance razoável de ter lembrado de "acas" da terceira. Cabelo e alegria são as primeiras palavras nas listas, e milho, sabedoria e acas as últimas em cada uma. Esses efeitos de ordem parecem estar relacionados à ativação do hipocampo em resposta a cada palavra. A primeira de uma seqüência não tem problemas para ser registrada, mas as seguintes precisam cada vez mais "brigar por espaço" no hipocampo, e cada palavra que surge "desloca" as outras, roubando para si a atividade dos neurônios que representavam as anteriores. Resultado: costuma ser mais fácil lembrar da primeira e da última coisa que nos dizem...

Outras coisas que você também pode fazer:
- Experimente com seus amigos ou alunos. Compare quantas palavras eles lembram de cada lista.
- Compare homens e mulheres, adultos, crianças e idosos. Você vê diferença?
- Prepare uma lista com nomes de objetos que estão ao seu redor, e outra com objetos conhecidos, mas menos usados no dia-a-dia. Teste seus colegas. Qual das duas listas é mais fácil de lembrar? Por queê?
-Será que a ordem das listas faz diferença? Experimente trocar a ordem das listas com seus voluntários. Não deve fazer diferença.
Por Suzana Herculano-Houzel.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

YAM - combinação de sorte com raciocínio lógico

YAM   REGRA   Um jogo que oferece a combinação de sorte com raciocínio lógico. Vence o jogo quem conseguir o maior numero de pontos possíveis. Yam pode ser jogado por um numero qualquer de pessoas. Porém, jogar com um numero superior a 6 pode tornar o jogo muito lento.   COMPONENTES   • 5 dados • 1 bloco de tabelas • 1 copo   PREPARAÇÃO   Cada jogador precisa de uma folha do bloco de tabelas e de um lápis ou caneta.   OBJETIVO DO JOGO   Preencher todos os quadros da tabela de modo a obter, no resultado total final, o maior número de pontos possível.   TABELA   Todos os quadros da tabela devem ser preenchidos. Quando, terminados os lançamentos, o jogador não conseguir um resultado satisfatório, deve riscar qualquer um dos quadros que ainda estiver em branco. JOGANDO OS DADOS   Inicia o jogo quem obtiver o maior resultado no lançamento dos dados. Cada jogador pode, na sua vez, lançar no máximo 3 vezes o dado. O primeiro lançamento e

Tsoro Yematatu - Um jogo do Zimbábue

Tsoro Yematatu Pronuncia-se: TSOH-roh YEH-mah-TAH-too OBJETIVO: Ser o último jogador a fazer uma linha com três peças suas. NÚMERO DE JOGADORES: 02 MATERIAL: - O tabuleiro do jogo - 03 peças pretas - 03 peças claras REGRAS DO JOGO: - Cada jogador pega 03 peças da mesma cor; - Na sua vez, Cada jogador coloca uma peça sua no círculo do tabuleiro que ainda não foi ocupado; - Quando todas as 06 peças (três de cada jogador) estiveram nos seus devidos lugares, move-se uma peça por vez, de um círculo a outro que esteja vazio, em linha reta. - Cada jogador só pode ocupar um único circulo por uma de suas peças. - Ganha quem primeiro alinha as suas três peças em linha reta, de acordo com as retas que ligam os círculos. Bibliografia consultada: Zaslavsky, C. (1998). Math games and activities from around the world. Chicago. Chicago Review Press.

MEHEN

JOGO MEHEN De origem egípcia, um dos jogos mais antigos, na história dos jogos de tabuleiro, também conhecido como o “jogo da Serpente”. O seu nome deriva da palavra que em hieróglifo pode ser lido como mhn, cujo significado é "laminados serpente". Pode ser praticado por duas ou mais pessoas, ideal se contar com seis participantes. Uma das representações mais antiga foi encontrada em Saqqara, na tumba de Hesy. Aqui além do tabuleiro, seis peões são representados com a cabeça de leão e seis pedras esféricas provavelmente utilizadas como um meio de aposta. Altri scavi archeologici hanno portato alla luce molti tavolieri di Mehen; alcuni sono dotati di un supporto centrale che li rende simili a un vero e proprio tavolo da gioco, altri hanno un foro per poterli appendere al muro. Outras escavações trouxeram à luz muitos tabuleiros de Mehen; alguns estão equipados com uma central de apoio que os torna um verdadeiro quadro similar ao jogo, outros, têm um furo para poder pendurá-lo